Esse post é para contar notícias sobre os empreendedores e as empresas de compostagem. São os negócios mais sustentáveis que eu conheço. Essa galera valente transforma lixo em solo fértil, criando um ciclo virtuoso para a natureza, as cidades, a agricultura, a alimentação das pessoas. Só que as dificuldades são muitas e o apoio dos governos é nenhum.
A recém-criada Associação Brasileira de Compostagem reúne 112 negócios do Brasil inteiro e, graças às empresárias-ativistas Lara Naranjo (da Minhocaria, em Araraquara) e Marina Sierra de Camargo (da Planta Feliz, em Parelheiros, São Paulo) consegui informações sobre 22 deles. Vou compartilhar aqui o cenário geral para você entender as dores e delícias do mundo da compostagem-negócio. Precisamos de aliadas e aliados para apoiar essas iniciativas e assim reduzir o lixo do mundo e impulsionar a agricultora agroecológica!
De onde são as empresas? São Paulo capital, litoral, interior e ABC, Rio de Janeiro litoral e serra, Santa Catarina e Mato Grosso.
São lucrativas? A maioria infelizmente ainda não.
Quantas pessoas trabalham? Desde uma só até dezenas.
Quanto compostam por semana? De menos de 100kg a 2 mil toneladas, como é o caso da Biofertec.
Quando surgiram? Várias nesse ano de 2022. A veterana é Morada da Floresta, de 2009.
Do que essas empresas precisam? Linhas de crédito, maquinário, vontade política dos governantes, leis de incentivo, pagamento por serviços ambientais, agilidade para liberação de licenças de funcionamento, fiscalização das leis que já existem e que exigem destinação adequada de resíduos por parte dos grandes geradores.
Qual é o recado para a sociedade? Abram os olhos: resíduo é recurso, compostar captura CO2 (portanto ameniza mudanças climáticas), aumenta a vida útil dos aterros e é excelente como impulsionador da educação ambiental.
Mergulhando nessas informações, fiquei ainda mais convencida de que o setor da compostagem é fundamental para a gente regenerar de verdade a economia. A criação de um produto verdadeiramente sustentável não é fácil. Qualquer coisa que se coloque no mercado tende a gerar emissões, embalagens descartáveis, resíduos, consumir recursos naturais. E temos pressa para curar os ecossistemas, aumentar a fertilidade do solo e reduzir a quantidade de lixo produzida. Compostagem faz tudo isso de maneira bem simples e eficiente, sem nenhum efeito colateral negativo.
Desconfio que, uma das razões pelas quais os grandes investidores ainda não estejam ligados em compostagem é o fato de vivermos num sistema naturofóbico (que dissemina o medo ou nojo da natureza) e tecnólatra (que idolatra máquinas de alta tecnologia). Como a compostagem é um processo natural que ocorre sem a necessidade de satélites, fábricas e robôs, muitas vezes acaba sendo desprezada até mesmo por quem trabalha a favor dos negócios sustentáveis. Mas é tecnologia sofisticadíssima e acessível, testada e aprovada pela natureza ao longo de bilhões de anos.
Já os governantes em geral são analfabetos ambientais e/ou estão muito abraçado$ a sistemas de coleta e destinação de lixo caríssimos e devastadores.
Não, eu não sou cliente de nenhuma dessas empresas. Aqui em casa faço compostagem de todos os resíduos orgânicos e ainda coleto sacos de folhas secas, gravetos e pedaços de troncos caídos pelas ruas. Mas acho importantíssimo que existam soluções no mercado para quem ainda não consegue compostar seus resíduos e, principalmente, para os grandes geradores. Somos eternamente responsáveis pelo lixo que geramos, né?
Quer saber mais? Vai nas redes sociais das compostbusiness:
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