Meus filhos agora são adultos. Enquanto estavam na escola, fiz parte de um grupo de mães e pais de alunos fantástico. A Organização de Pais Solidários (OPS) Vera Cruz. A sigla ficou assim, mas na verdade estava muito mais para OMS, já que as mães eram 90% das ativistas. Organizamos eventos muito legais e inventamos um sistema de reaproveitamento de uniformes e material didático que reduziu ao meio o consumo médio desses itens.
Sabe como é: as crianças crescem, passam de ano e deixam para trás roupas em bom estado, livros quase novos, pastas, fichários etc. Os objetivos eram estimular a solidariedade, poupar dinheiro e também cuidar do meio ambiente, evitando que isso tudo fosse parar no lixo.
Na estreia, em 2010, cinco voluntárias, eu entre elas, se revezaram em um plantão dentro da escola durante um dia inteiro. As pessoas chegavam com suas sacolas e nós separávamos as roupas por tamanho e tipo, colocávamos de um lado os livros e do outro as pastas. Foi interessante perceber a reação dos adultos e das crianças a essa proposta. Muita gente parecia se sentir aliviada por doar aqueles itens que certamente estavam atulhando seus armários em casa e corria para comprar materiais e uniformes novos, sem ao menos dar uma olhada nas peças seminovas (algumas em perfeitíssimo estado) que tínhamos para fornecer de graça. Outros ficavam muito felizes em remexer nas pilhas e sair dali com diversas calças, camisetas, casacos, bermudas sem pagar absolutamente nada. As crianças, em geral, preferiam ir à loja em vez de xeretar nossas ofertas. No entanto, quando a mãe ou o pai demonstravam não ter preconceito com itens usados, a resistência inicial logo desaparecia e comprar sem pagar virava uma brincadeira.
Lá na OPS vivi minhas primeiras experiências de um ativismo coletivo e mais estruturado. E aprendi que esses grupos valentes em geral têm poucos integrantes. E que se dedicar ao bem comum aquece o coração da gente.
Olá Claudia!
Quando os meus filhos estudaram em um colégio particular de origem alemã aqui na região também tive esta preocupação, e reaproveitamento de material didático e uniformes. Mas, pelo menos naquela ocasião, não foi possível implantar esta idéia, porque afinal, trata-se da classe média e alta… além disso a papelaria do colégio não lucraria com nada com esta idéia.
Meus filhos cresceram, o mais velho se formou no ano passado, e a mais nova é universitária. Então percebi, que aquela idéia de dar um “bom exemplo” de consciência ambiental e social, neste caso, não se concretizou.
Fui a caçula de uma família de classe média com mais dois irmãos. Meus pais, que sobreviveram à 2. Guerra Mundial (lembra-se?) sempre incutiram o espírito do “não-desperdício”, “ninguém sabe o dia de amanhã”, etc. e assim, as roupas da minha irmã mais velha, era transformada em uma “nova” peça para mim.
Lembro-me quando tinha 15 anos e fui morar um ano na casa da minha avó na Europa. Na minha mala eu tinha apenas algumas poucas peças de roupas, e um a dois pares de sapatos. Nenhum tênis, acho que uma calça comprida, nenhum jeans. E eram suficientes para mim. Mas quando cheguei lá, descobri, a infindável oferta de grifes, e lojas de departamento, e a “febre” de consumo.
Agora temos que fazer o caminho inverso. Nos livrar da maioria dos objetos superflúos que nos cercam. E antes de qualquer compra, nos perguntar, se realmente necessitamos daquele produto. E assim, pouco a pouco, vou adiando a compra, e vejo que realmente não me era necessário…
Uma vez, o meu sogro, me disse uma coisa que nunca mais esqueci, e de vez em quando me vem à cabeça: Devemos ir atrás da “vida simples”.
Com certeza, como você comentou em outro artigo, a posse dos objetos dá trabalho e complica a vida!!
Beijos,
OTIMO ARTIGO!!!
TO COMPARTINDO SUAS PALAVRAS COM MEUS AMIGOS DE REDE SOCIAL TAMBEM.
OBRIGADO