Se quase ninguém está disposto a sair da zona de conforto, como faremos as mudanças de estilo de vida necessárias para criar uma sociedade sustentável?
Imagine que você está num bote com alguns amigos passeando no mar. De repente, começa a entrar água. Dentro do bote, um par de remos, um balde bem grande e vários copinhos. Dois dos tripulantes são fortes e sarados. Os demais têm físico frágil. Os fracotes se reúnem para reclamar que os fortões deveriam remar e tirar a água do barco, mas não querem ajudar. E os fortões se recusam a fazer o trabalho sozinhos. Todos naufragam.
A insustentabilidade do sistema em que vivemos não é novidade. Infelizmente, o bom andamento da política e da economia por enquanto são aferidos pelo consumo crescente que não poderá se manter por muito mais tempo, pois só temos à disposição esse planeta finito e já superexplorado. Então as circunstâncias nos convidam a iniciar mudanças de hábitos. Quanto antes começarmos, menos traumáticas serão.
Aqui vai um conto de fadas do nosso tempo:
“Era uma vez uma floresta em chamas. Os animais se reuniram numa clareira para reclamar e apenas o beija-flor não compareceu ao triste encontro. Em vez disso, voava freneticamente para lá e para cá. Sem entender o que estava acontecendo, o elefante perguntou:
— O que faz você aí, pequeno beija-flor?
— Estou tentando apagar o fogo. Vou até o rio, encho meu bico de água, despejo nas labaredas e volto ao rio para pegar mais água.
Todos os animais riram muito. E o rei leão disse:
— Você não se enxerga, beija-flor? Com esse bico minúsculo não vai conseguir apagar coisa nenhuma.
Mas o beija-flor já estava longe, apressado, pois tinha muito trabalho a fazer.”
Essa história é contada aqui https://www.youtube.com/watch?v=IRv9iQxVFT8 pela Wangaari Mathai, ambientalista queniana que criou o Green Belt Movement e recebeu o Nobel da Paz em 2004.
E o indiano Jadav Payeng faz parte da turma dos beija-flores. Durante 30 anos ele plantou sozinho e com as próprias mãos uma floresta que hoje tem 550 hectares e abriga até grandes mamíferos em risco de extinção como tigres e rinocerontes. Olha só que beleza: http://planetativo.com/2010/2012/04/o-homem-que-plantou-uma-floresta-sozinho/
concordo plenamente com vc Claudia! A dificuldade da mudança de hábitos é a pior barreira que temos.
As vezes leio um texto e fico pensando no que que eu aprendi… muitas vezes me conforme simplesmente por ter lido algo, assim melhoro meu português…
Ao ler esse texto, Claudia, senti que faço parte desse grupo de beija flor e como tem trabalho pra ser feito…
Mudar os habitos todos nós deveriamos mudar, desde que tenhamos condições para isso. Eu por exemplo vou de carro, poluo com orgulho e colaboro para os engarrafamentos. Porque? Porque o governo a quem pago os caríssimos impostos não investe um real sequer na melhora do transporte coletivo. Experimente você ir na Estação Sé ou na Estação da Luz nos horários de pico… Há brigas por causa de lugares, as pessoas se espremem igual sardinha em lata e você já chega desmotivado no seu trabalho ou todo amarrotado para uma reunião ou entrevista. Os ônibus demoram hororres para passar nos pontos e quando passam, andam sempre superlotados, além de ser muito mais caro andar nos coletivos. Vou deixar de ter orgulho de poluir e de fazer parte de engarrafamentos, o dia que nossos governantes tratem a mobilidade urbana com seriedade e investimentos e não apenas em meias palavras.
Muito bem colocado! A campanha das sacolinhas plásticas tem que continuar. As pessoas precisam entender que 1 sacolinha que vai para o lixo não vai fazer muita diferença, mas 600 sacolinhas vão. Este é o número de sacolinhas plásticas que eu consumia por ano…
Agora, coloco tudo sem sacola no carrinho do supermercado e depois direto na mala do carro. Não demora nada colocar no carro ou passar depois para o carrinho do condomínio e deixo também umas duas caixas de papelão no carro para compras maiores.
Levo sempre minha sacola de pano para fazer compras em lojas e na hora de dar presente, me conformo em aceitar a sacola de papel que espero que seja reciclada!
Muito legais as soluções que vc encontrou Beth! Precisamos mesmo continuar colocando a boca no trombone, pois não só é necessário como é empoderador sair da acomodação.