Como cuidar da horta no calorão

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Quando está calor demais, se bobear a terra encharca, as folhas murcham e as mudas novinhas morrem queimadas. Sem falar que os pulgões & cia aparecem com mais freqüência. Nos anos anteriores, eu molhava demais, inclusive perto do meio-dia, preocupadíssima em evitar a desidratação. Vendo as coitadinhas retorcidas, corria com o regador para dar um alívio. Aprendi que esse é um erro comum. Quando fiquei prática do manejo do “dedômetro” (enfiar o dedo na terra para testar a consistência e umidade) notei que nem sempre elas murcham por falta d’água. Muitas vezes os vegetais estão apenas se protegendo do excesso de raios solares e da temperatura alta demais. E jogar água nas plantas sob o sol forte só piora o problema, pois isso pode literalmente cozinhar as plantas. Hoje prefiro nem aparecer na horta no meio do dia quando a temperatura está acima dos 30ºC, assim não fico nervosa.

Para evitar o superaquecimento, só cobrindo a terra com uma camada de 5 a 10 cm de palha seca e providenciando sombra parcial. Pode ser com toldo, sombrite (tela que existe para isso mesmo e é vendida em casas agrícolas) ou, melhor ainda, com a própria vegetação. Atualmente, crescem em volta dos meus canteiros suspensos trepadeiras que fizeram uma cortina verde e ainda oferecem frutos. Chuchu e maracujá são ótimos para isso e estamos em plena safra! O povo tem razão quando diz que chuchu “dá” demais. Cheguei a colher mais de 10kg num único dia. E saio por aí distribuindo para os vizinhos, pessoas que vêm prestar algum serviço, colegas em reuniões e até no treino de basquete levei para abastecer a despensa das companheiras de time. 

Antes de reclamar do clima, cabe uma reflexão sobre nossas escolhas e histórico alimentar. Grande parte das espécies que cultivo é estrangeira, proveniente de locais em geral mais secos e frios do que São Paulo. Alecrim, tomilho, sálvia, orégano e rúcula, por exemplo, vieram das bordas do mediterrâneo. Alface, da Ásia ocidental. Tomate, do Peru, e manjericão, da Índia. Cebolinha é européia, não sei de que região. Está explicado por que se dão muito melhor no inverno daqui!

Mas basta olhar o pé de taioba, o chuchuzeiro e o maracujazeiro para perceber que, como a maioria dos brasileiros, preferem os dias de verão. Fui pesquisar as origens e — voilá! – são todos tropicalíssimos. A taioba, ignorada por décadas e entrando na moda, é aqui do Brasil (substitui espinafre em qualquer receita). O chuchu, nativo da América Central, vem sendo apreciado desde o tempo dos astecas. E o maracujá também surgiu nas regiões quentes do nosso continente.

Pensando numa agricultura mais sustentável para o futuro, com certeza teremos que recorrer às espécies nativas, totalmente adaptadas ao clima local e, por isso, mais fáceis de cultivar e menos suscetíveis a doenças.

TORTILHA DE CHUCHU DA CLAUDIA (fácil e rápida)
Ingredientes
 1 ovo (orgânico de preferência)
– ½ chuchu pequeno ou médio sem casca, ralado grosso
– 1 colher de sopa de cebola crua picada
– gersal (ou sal comum) a gosto
– um pouco de erva fresca picada (salsinha, cebolinha, nirá ou tomilho são as melhores)

Como fazer
Bata o ovo com o garfo. Junte os demais ingredientes e coloque numa frigideira bem pequena para ficar alto como uma tortilha. Quando perceber que o lado de baixo está sequinho e dourado, vire com cuidado.

4 comentários em “Como cuidar da horta no calorão”

  1. Ouvi sua entrevista e corri p conhecer o seu blog. SENSASIONAL Tenho uma mini horta, passei a comer as ervinhas, descarto sacolas plásticas, cato pets na rua ( é assustadora a quantidade q entrego no ferro velho). Me chamam de maluca. Nem ligo. Mas faço mto pco ainda . Estarei spre passando p ver suas novidades. bjo Vera

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